sexta-feira, 27 de novembro de 2009

No Calor do Transporte Coletivo

Posso até me considerar um sujeito de sorte por não precisar (ainda) de transporte público para ir ao colégio todos os dias. Mas não sou independente do transporte comunista. Duas vezes por semana tenho que pegar um ônibus pra ir ao meu curso de Computação Gráfica e outro pra voltar. Não costuma ser alguma coisa difícil de encarar. Mas todo cidadão dependente do sistema já deve ter encarado ao menos uma vez na vida um ônibus lotado.

Hoje foi minha vez. Não que tenha sido a primeira vez mas é que eu tirei algumas conclusões a respeito do comportamento humano em um veículo lotado. Vamos narrar a situação:
-Entrei no ônibus alegre e sorridente por economizar 50 centavos na passagem, ouvindo e cantarolando 'Stillborn' do Black Label Society. Constatei com desagradável surpresa que não haviam assentos livres. Andei pelo corredor até a massa humana não permitir mais e, seguindo minha visão de ética em lugares lotados, não tentei abrir caminho em direção à saída pois só iria descer dali a muito tempo.

-Notei que a estratégia de parecer um rockeiro do mal não funciona em ônibus lotado. A técnica consiste em parecer ao máximo uma pessoa from hell, sentar completamente esparramado no banco, permitir a visão do meu colar e meu anel de caveira, deixar claro que estou ouvindo uma música muito pesada no mp3, ficar de cara amarrada e olhar com desprezo qualquer um que intente sentar ao meu lado, fazer movimentos bruscos a todo instante, tais como tocar uma bateria imaginaria e fazer uns riffs violentos na guitarra também imaginaria. Em circunstâncias normais, isso garante bons e confortáveis lugares vagos à minha volta. Num ônibus lotado, as pessoas me encoxam indiferentes à música que eu estiver cantarolando.


-Ainda no início da viagem, encontrei o Japinha da minha sala no pré-vestibular. Aqui no DF, encontrar conhecidos em ônibus é quase regra. É como se aqui só morassem três pessoas: eu, você e alguém que a gente conhece. Puxamos aquela conversa forçada de encontros inesperados: 'Iaê. Bem? Tá quente aqui, né?'. Não conversamos muito, porque uma nova remessa de pessoas me empurrou mais pro centro do ônibus.

-A partir daí fiquei cercado de gente por todos os lados. Notei que pouquíssimas pessoas compartilham da mesma visão de ética em lugares lotados que eu, pois um número impressionante de pessoas recém chegadas tentou se espremer pra onde claramente não havia espaço pra elas, sempre com aquele pedido sem graça e quase inaudível: 'Licença. Deixa eu passar aqui. Dá uma chegadinha pra lá por favor.'. Comecei a cantarolar a 'Fire It Up' com notável fúria para tentar inibir esses encoxadores sem vergonha, mas não surtiu efeito.
Depois de um tempo, tomei uma decisão radical. Virei 180° e tirei minha bunda da reta do corredor. Quem quisesse passar por mim, teria que se esfregar na minha piroca. O fluxo de gente diminuiu drasticamente frente à barreira peniana. Os passageiros do lado sem porta começaram a ficar aflitos, como se aquilo fosse um verdadeiro Muro de Berlim genital.


-O filho da puta do motorista do ônibus estava arrancando e freando bruscamente com irritante freqüência. Eu que tento ao máximo não me segurar naquelas barras de ferro de higiene duvidosa tive que me agarrar nelas com força pra não capotar em meio àquele chacoalhar de cecê. Quem me conhece sabe que sou um cara paciente e tranqüilo, mas ,depois de uma arrancada que me fez dar de cara num suvaco, eu gritei, REALMENTE gritei: 'VOCÊ TÁ DIRIGINDO UM ÔNIBUS, E NÃO UM FRIGORÍFICO, SEU ANIMAL FILHO DA PUTA!'.
Capaz que ele nem tenha me escutado. Mas as pessoas em volta começaram a botar fé que eu de fato era um rockeiro do mal. Heh.

-Já no fim da viagem, vi que era hora de ir pra perto da porta. Com alegre satisfação, olhei pra cara de cada um dos que me encoxaram pra conseguir precipitadamente seu lugar próximo a porta e estampei um pedosmile no rosto. Só disse cinicamente: 'Licença. Deixa eu passar aqui. Dá uma chegadinha pra lá por favor.' E encoxei de volta os apressadinhos.
Esse trajeto de ônibus foi quase uma aventura, devo admitir. Mas isso não me impede de elegê-lo como comunista da semana:


Agora fico por aqui. Vou passar o fim de semana ocioso devido a uma viagenzinha à Minas Gerais. Mesmo na minha ausência, denunciem com força.

10 comentários:

  1. pego microonibus toda manhã e é sempre lotado.
    o mais foda são as encochadas e vc servir de roll on para os negão com cc =\

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  2. Ódio no piru hauhauahuahauhauah não acredito que consegui popularizar um termo desses huahauhauahauhauhauahuah

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  3. pegar onibus lotado é algo lamentavel.o pior é que as vezes tem um tarado que passa beeem colado na tua bunda

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  4. Rockeiro fron hell kkkkkkkkkkkkkk gosteei dessa .

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  5. odio no piru ...ri pakas....

    rockeiro from hell ri pakas de novo....

    [...]cantarolar com furia kkk como c faz isso...a furi so se tive na cara de mau

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  6. Pegar onibus lotado é algo lamentável, o pior é que as vezes tem um tarado que passa bem colocado na tua bunda [2]
    odeio esses sebosos que passam bem colados na bunda alheia ¬¬'
    e tem que reclamar com o motorista mesmo, banda de fdp que dirige parcendo que estão levando a mãe deles ¬¬'
    Nelsoon adoro oq vc escreve

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  7. Tática infalível. Contra sebosos que gostam de acariciar bundas distraídas.

    Agora acariciarão pirus com ódio extremo.
    [ Tinha certeza que tinha comentado a tática, no dia que li pela primeira vez, mas, sempre preciso postar duas vezes. >hmm]

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  8. uhuu huu, não tem coisa mais divertida que passar o peru raivoso na galere, em onibus lotado /o/

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  9. uaehuaehuae
    literatura Naturalista aqui, hehe. Já tentei dar uma de punk, mas geralmente eu caio sozinha, me esbarro nos alheios, dou mochilada nos que estão sentados... e o que piora é o fato de eu não ter pinto nessas horas. D:

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