terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Gripe do Porquinho: 39ºC de Febre e Pura Sedução.

Depois de um tempo ocioso, meu caro amigo Lucian despertou em mim a ideia de escrever sobre os obscuros e pouco saudáveis dias em que eu estava com suspeita de gripe suína. Na verdade, eu era o único a me considerar com suspeita de H1N1, já que de acordo com o alerta pregado no corredor do meu colégio, eu apresentava cinco sintomas.
Bom, vamos por partes. Começando da origem da minha doença. Eu tenho duas versões possíveis:
-Primeira: a culpa é do meu travesseiro. Sempre que acordo com dor no corpo e posteriormente desenvolvo algum tipo de gripe, o culpado é meu travesseiro. Ele faz meus ombros doerem. A dor no ombro me causa gripe. É.
-Segunda: Alguma garota do meu pré-vestibular espirrou em cima de mim. Pior, espirrou no vento que ia na minha direção. Acho que seu nome era Luíza. Sei que não tinha muita coisa na cabeça, mas que tinha algo nas vias respiratórias tinha.


Depois de alguma dessas tragédias, eu acordo extremamente dolorido e cansado. Como eu só falto a escola se o país estiver em Estado de Sítio, fui assistir às aulas debilitado. Incrível como você pode passar do estágio 'é só um resfriado gente, rs' para o 'TO MORREMDO, LIGA PA MINHA MAE SENÃO EU VO DESMAIAR AQUI MERMO' em apenas 4 aulas. Ninguém da minha sala deu atenção a isso, como já estou acostumado. Só algumas raras exceções onde, surpresos com a minha cara enferma, perguntavam se eu estava me sentindo mal. 'É gente, acho que a suína me pegou' Bastava dizer isso para que dessem boa sorte e saíssem de perto o mais rápido possível.

Pois é, a aula estava muito agradável, mas eu precisava abandonar a análise sobre a Alegoria da Caverna ou o conjunto dos sintomas (calafrios, ardência nos olhos, dores no corpo, febre alta e fadiga) ia me derrubar ali mesmo. Liguei pra mamãe e consegui ser liberado pra ir embora mais cedo. Vale citar a cara da Ana Paula quando, dentro do elevador, lhe disse que estava com suspeita de H1N1:

Quando cheguei em casa, não consegui colocar nada no estômago. Todos iam trabalhar e a ideia de deixar Deus me curar não me parecia boa. Por mais que eu seja radicalmente contra ir no fatídico posto de saúde da Praça do Bicalho, não restava outra opção, eu estava me sentindo muito mal. Minha irmã mais velha foi recrutada para me levar até o posto. Depois que todos foram embora e a gente ia sair, ela passou direto pelo carro e eu perguntei 'Não vamos de carro?'. E ela respondeu calmamente 'Não, eu vou trabalhar, você vai andando até o posto e procura a dra. Zenaide'.  Fu.


Foi realmente um desafio. Não só físico, mas psicológico também. Guardo traumas do posto de saúde da Praça do Bicalho. Todas as minhas doenças de infância me faziam ir até lá, para esperar num banco duro por horas ao lado de bebês vomitando e velhos com algum tipo de gangrena e, no fim, a médica colocar a minha bunda de fora e descer uma agulha sem dó.
Enfim, de algum modo eu cheguei até lá. Encontrei a dra. Zenaide que, por sorte, era a querida ex-sogra da minha irmã e costumava quebrar alguns galhos pra gente no posto de saúde, como furar a fila para a vacina para a Febre Amarela. Dessa vez, talvez por agora ser EX-sogra, eu fui colocado exatamente no fim da fila de espera. Encarar aquele corredor não era muito fácil pra mim. Pensei seriamente em andar até a saída, forjar um atestado médico, comprar uma dúzia de aspirinas na farmácia, voltar para casa e esperar que o Orkut me curasse.
Permaneci ali. Tentando me distrair com um livro enquanto um capeta dos infernos chorava ao meu lado, um velho babava por algum motivo obscuro e um cara já parecia estar morto há pelo menos duas horas. Nesses momentos é que você descobre que, num posto de saúde e numa época paranóica como aquela, certas palavras têm poder:

Mesmo sem muitas pessoas doentes perto de mim, as horas seguintes não foram sequer confortáveis. Vez ou outra passava uma enfermeira que parecia mais gripada que eu, media a temperatura, perguntava como estava. 'Bem' eu respondia sempre. Mas tanto faz se respondesse 'To mal', 'Estou perdendo a visão', 'Não sinto minhas pernas', 'Estou vendo a luz branca', 'Me apaixonei por você'. Ela sempre pedia pra eu aguardar mais cinco minutinhos.
Há um momento na vida em que você se vê obrigado a chegar numa catarse hospitalar. Sim, nesse momento que você percebe que hospitais são completamente inúteis enquanto você estiver consciente; porque sempre irão fazer você esperar horas pra te examinarem do modo mais rápido e simples possível, passar o remédio e as recomendações mais óbvias possíveis. Quando fui liberado, com a sensação de tempo perdido que invadia meu coração, surge a dra. Zenaide e pergunta se tudo correu bem. 'ô', Eu respondi. Mas nem que dissesse que só me restam duas horas de vida, a reação provavelmente seria a mesma.
Não. Não era gripe suína. O dia foi um desperdício, e já estava indo embora quando resolvo parar a enfermeira e dizer 'Tia, me dá uma dessas máscaras. Meu caso é grave =/'. Com um olhar de pena mesclado à indiferença pura, ela me entregou uma máscara descartável e eu, colocando ela orgulhosamente na cara, saí correndo do posto com a intenção de não voltar jamais, assim como fazia 10 anos atrás, só que com as duas nádegas boas.


E tudo culpa do meu travesseiro.

8 comentários:

  1. arairaaiaaiar, continue combatendo os vermelhos malditos /o/
    podia ter aproveitado pra espirrar neles, rapaz
    mas fico feliz por sua bunda ter saido ilesa desta vez :D

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  2. UHAUHSUHASUHAUHSUHUHASUHSAHUAHUSUHAHUSUHASUHUHASUHHSUAUHUHS.

    Ilustração da atenção que as enfermeiras nos dão, melhor, impossível. Elas/Eles sempre fazem essa pseudo-pose-de-atento com os doentes.

    Herança comunista do SUS e Minist. da Saúde.

    Tudo culpa dos vermelhos.
    E do travesseiro.

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  3. Hospitais e postos de saúde são as piores desgraças comunistas qe existem 8)
    HAHAHAHAHA
    Todas as vezes que me dão crise lá vou eu... Sempre pego o mesmo médico que sempre passa o mesmo medicamento com a mesma enfermeira x)
    Malditas agulhas comunistas :D

    Culpa do ventilador.
    E do travesseiro, claro.

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  4. o melhor foi a cara da Ana Paulaa
    ekoekaosekasoekaosekasoek
    e tambéem que vc saiu com suas sua nadegas boas,
    haha muitoo boom,
    escreve maiis

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  5. hahahahaha
    Tadinho :/
    Pelo menos sai vivo \õ e não era suina D:
    Dá próxima vez, seria melhor deixar Deus te curar mesmo .-.

    HYAHAIHAHAHIAU
    Enfim, não confie em postos de saúde D: não aqui no Brasil rs

    ;*

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  6. kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Massa akela parte que deixam o ROBO SAPIENS em casa, e a dra Zenaide deixa-o na lanterna da fila.kkkkkkkkkk'

    Escreva maisss =P

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  7. kkkkkkk


    ainda bem q num era gripe suina né baby...
    é hospital é um troço chato pakas...

    nice post shit bricks

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